CIRURGIA ROBÓTICA

A cirurgia robótica

Inicialmente introduzida nas ultimas duas décadas do século XX, a cirurgia laparoscópica se tornou um acesso cirúrgico atraente e hoje em dia é rotineiramente utilizada a fim de se minimizar a morbidade cirúrgica. Desde então, tecnologias diferentes se desenvolveram rapidamente e novas ferramentas apareceram, permitindo aos cirurgiões realizar cirurgias laparoscópicas mais sofisticadas. Neste contexto, os sistemas robóticos foram criados com o objetivo de melhorar ainda mais este conceito de cirurgia minimamente invasiva. 


O primeiro sistema robótico criado para ser utilizado em ambiente cirúrgico foi primeiramente utilizado em 1994 nos Estados Unidos. O AESOP™ (Automated Endoscopic System for Optimal Positioning) foi criado para uso em cirurgia laparoscópica. Trata-se de um braço mecânico que segura a ótica laparoscópica e pode ser controlado pelo cirurgião tanto com pedais ou com comando de voz. O seu maior benefício é eliminar os movimentos indesejáveis do assistente.

Enquanto os sistemas de visualização melhoraram, a habilidade do cirurgião em cirurgia laparoscópica permaneceu como um problema crucial na realização de procedimentos laparoscópicos complexos. Movimentos laparoscópicos tridimensionais baseados em uma ótica com movimentos bidimensionais e instrumentos laparoscópicos com apenas 4 graus de liberdade de movimentação são fatores determinantes para o desenvolvimento de cirurgias laparoscópicas complexas. A partir desta necessidade, sistemas robóticos mais sofisticados surgiram com o objetivo de facilitar os movimentos do cirurgião.


Procedimentos e Vantagens

Nas salas de cirurgia atuais, é possível encontrar dois ou três cirurgiões, um anestesista e muitos enfermeiros, até mesmo na mais simples das cirurgias. A maioria das cirurgias requer aproximadamente uma dúzia de pessoas na sala. Com toda a automação, os robôs cirúrgicos possivelmente eliminarão a necessidade de algumas dessas pessoas. No futuro, talvez a cirurgia requeira somente um cirurgião, um anestesista e um ou dois enfermeiros. Nessa sala de cirurgia, o médico sentará em um console de computador, dentro ou fora da sala de cirurgia, usando o robô cirúrgico para efetuar aquilo que antigamente exigia uma equipe bem maior. 


O uso de um console de computador para efetuar operações a distância, abre a perspectiva da telecirurgia, em que um médico efetuaria uma cirurgia delicada a quilômetros de distância do paciente. Se o médico não precisar ficar de pé ao lado do paciente e puder controlar remotamente os braços robóticos em uma estação computadorizada a alguns metros do paciente, a próxima etapa seria realizar a cirurgia a partir de locais muito mais afastados. 

Se fosse possível usar o console de computador para mover os braços robóticos em tempo real, um médico situado na Califórnia poderia operar um paciente em Nova Iorque. Um grande obstáculo para a telecirurgia é a demora entre o movimento das mãos do médico e a resposta dos braços robóticos a esses movimentos. Por isso, por enquanto o médico precisa estar na sala junto com o paciente para que os sistemas robóticos reajam instantaneamente aos movimentos de suas mãos.

Manter menos pessoas na sala de cirurgia e permitir que os médicos tenham a capacidade de operar um paciente a longa distância pode diminuir o custo das cirurgias. Além da redução de custo, a cirurgia robótica possui diversas outras vantagens sobre a cirurgia convencional, incluindo o aumento da precisão e redução do trauma para o paciente. Por exemplo, a cirurgia de ponte de safena, atualmente, exige que o peito do paciente seja "serrado" e aberto por meio de uma incisão de mais de 30 cm de comprimento. 

No entanto, com os sistemas da Vinci ou ZEUS será possível operar o coração por meio de três pequenas incisões no peito, cada uma com cerca de 1 cm de diâmetro. Como o cirurgião faria estas incisões menores em vez de uma longa por toda a extensão do peito, o paciente experimentaria menos dores e sangramento, levando a uma recuperação mais rápida.